Museu Nacional de Antropologia
Vá dar "um passeio cultural"

Fotos
Durante largos séculos muitos dos valores culturais do nosso povo foram considerados profanos, por sua vez marginalizados pelos colonizadores. Contudo os angolanos sempre apreciaram o seu património cultural.
Foi com o propósito de os apoiar a reerguer esses valores perdidos para que possam futuramente repassá-los às futuras gerações que foi criado o Museu Nacional de Antropologia.
Este museu tem vindo a satisfazer o seu público ao longo dos anos, desde a sua inauguração a 13 de Novembro de 1976 feita pelo então ministro Lopo do Nascimento.
Este espaço situado nos Coqueiros em Luanda contém na sua maioria peças que retratam o dia-a-dia das diferentes comunidades do país. Entre elas Kikongo, Umbundu, Kimbundu, Lunda-CoKwê, Ngangela, Nyaneka Khumbi, Helelo, Ovambo e Kung.
Foram até hoje catalogadas onze colecções, cada uma delas contendo 10 peças, que podem ser vistas por quem for visitar este museu.
Quem por lá passa encontra primeiro artigos relacionados à pastorícia e suas principais actividades, principalmente aquela que reporta ao sudoeste de Angola. Tigelas, uma magnífica tromba de chifre de boi que servia para soprar e transmitir som baldes, funis, cabaças, apoia nucas, bebedouros tudo artesanal feito nos tempos mais remotos.
A seguir encontramos artigos referentes à agricultura. Pilão de madeira que servia para as mulheres moerem os alimentos, cestos decorados, enxadas, machados, coadores, peneiras entre outros fazem-nos quase sentir como se estivéssemos dentro daquele tempo.
Da metalurgia encontramos alguns elementos da sua história. Apercebemo-nos de que naquela altura as mulheres eram completamente proibidas de exercer ou participar em algum tipo de actividade relacionada com esta área. Nesta colecção destaca-se o forno para a fundição do ferro, o martelo, a ponta da flecha e o machado.
Lá encontramos também utensílios referentes à pesca artesanal, que era extremamente importante visto o nosso país ter um litoral bastante extenso como redes e armadilhas para apanhar determinados tipos de peixe. Um dos que chamou mais a atenção foi a Cifamba Ca Yixi, que era um instrumento utilizado somente pelas mulheres para transportar os peixes que pescavam nos rios e lagoas e a kanowa pequenina feita de madeira preta.
A caça, tecelagem, cerâmica também lá estão representadas.
Mas não há dúvidas que a maior parte dos amantes da nossa cultura, ou aqueles que querem conhecer apenas um bocado mais sobre ela dão mais atenção às três últimas áreas que é a dos instrumentos musicais onde podemos apreciar e sentir o ritmo da marimba que é uma espécie de xilofone, o Ngoma que é um género de tambor feito de troncos de uma árvore e tem as extremidades cobertas com pele de antílope, a Omakola, a Cihumba, o Ndungu, são outros dos instrumentos que fazem parte da nossa cultura.
A área das máscaras, tem uma relação apaixonada com a música e dança, e são feitas na sua maior parte de madeira, fibra vegetal e resina. São máscaras de todas as cores e feitios, algumas chegam a ser até assustadoras e têm algo de místico. Por fim, mas não menos importante, estão representadas peças das crenças religiosas e do poder político.
Todos os cidadãos que já lá foram afirmam que saíram de lá com a bagagem do conhecimento mais rica, que lhes serviu de inspiração para ajudarem a perpetuar a identidade nacional.
Vale a pena visitá-lo.